sábado, 28 de fevereiro de 2009

Crônica de 24 anos

Hoje eu faço 24 anos de idade. São 7h e 18 minutos e eu estou na minha cama, lutando comigo mesmo para não levantar dela e evitar todo o desconforto e toda degradação do envelhecer. Eu sei que minha luta não vai durar muito. Por volta das 8 da manhã eu estarei em pé, em frente a pia, escovando os meus dentes sem que ninguém me obrigue, sem que ninguém ao menos me peça, e pronto, ali será o fim da minha eterna e êfemera juventude.

Eu não me arrependo de nada que fiz. Muitas coisas eu teria feito diferente. Muitas outras, eu apenas teria as feito. Mas consigo me enchergar como alguém que tem tentado com todas as forças sobreviver a Vida. Tenho tentado de toda as formas me manter em pé, em meio a tantas frustrações, tantos medos e tantos erros.

Sonhava a vida como uma mãe de braços abertos e sorriso largo, cheia de atalhos faceis e boas surpresas. Mas surpreso mesmo, fiquei quando me deparei com justamente o oposto. Surpresa mesmo é que se tem poucas surpresas na vida e menos ainda, são as que podemos chamar de boas. Tentei ser diferente, tentei ser um aventureiro, alguém que ia driblar a algóz vida e iria gargalhar de seu arguilhão. Porém aqui estou, 24 anos, suprindo todas as expectativas sociais e familiares, um exemplo do normal e um estandarte do comum. Trabalho 8 horas por dia, de segunda a sexta, atrás de uma tão temida mesa, sentado em uma cadeira acolchoada, sonhando diariamente com ás 18h da sexta - feira. Agora me digam, o que eu fiz para merecer uma cruz dessas? ou melhor, uma cadeira dessas? não precisa se incomodar, eu mesmo respondo. Passei 3 anos na faculdade, li livros, fiz pesquisas e perdi horas que deveriam ter sido gastas amando, comendo, brincando, horas preciosas e irrecuperaveis, perdidas a frente de um computador. Mas deve ter uma recompensa para tanto. E tem. Eles a chamam de salário, mas eu posso garantir, que pelo menos o meu, não é das melhores.

Mas todos me dizem, “você é ainda muito jovem, tem muito tempo pela frente” Tempo? como eles sabem que eu tenho esse tal tempo? Tempo é o mais imprevisivel de todos os deuses. Ele pode acabar numa eternidade ou durar um segundo. Eu acho que não tenho esse tempo, na verdade, acredito que ninguém tem o tempo, ele é quem nos possui e nós sim, nós somos muito passageiros e êfemeros. Nós não temos muito tempo.

Mas me contradigo, como sempre acabo fazendo, e confesso, me arrependo. Me arrependo dos sorrisos que não entreguei, me arrependo dos beijos que temi, das palavras de amor que não pronunciei e dos abraços que não senti. Me arrependo, e sou entre todos, o maior culpado. E por todos esses crimes irei pagar o mais terrivel preço, e a mais dificil pena. A crucificação da alma e a angustia de nada pequena. A pena de não ter aproveitado a vida e de não ter feito dela uma imensa arena e um humilde palco para essa cadente estrela.

Hoje eu faço 24 anos de idade, são 8h da manhã e eu estou indo escovar os meus dentes.

PS. Sem ninguém me obrigar. Sem ninguém ao menos me pedir.


Pedro Macedo

segunda-feira, 7 de julho de 2008

1.000 em 1ª

Mil mulheres;
Mil segredos;
Mil formas;
Mil dejesos.

Mil Mulheres;
Mil plásticas;
Mil faces;
Mil jeitos.

Mil Cores;
Mil amores;
Mil sonhos
Mil conceitos.

Mil mulheres;
Mil erros;
Mil brigas;
Mil beijos.

Mil mulheres
Em apenas uma.

Pedro Macedo

terça-feira, 20 de maio de 2008

Mudança

" Mude, mas comece devagar,
porque a direção é mais importante
que a velocidade.
Sente-se em outra cadeira,
no outro lado da mesa.
Mais tarde, mude de mesa."

Edson Marques

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Individualismo

"Ninguém jamais lavou um carro alugado"

Michel Poter, Havard Business School

Deus

“Para mim Deus é isto: a beleza que se ouve no silêncio”

Rubem Alves