(...)
Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.
Carlos Drummond de Andrande
segunda-feira, 17 de dezembro de 2007
Receita de Ano Novo
by pedro macedo às 16:55 0 comentários
terça-feira, 20 de novembro de 2007
Perfeitos nunca mudam
Construimos a imagem de alguém perfeito
Então a amamos, loucamente, sem medo
Logo, descobrimos a imperfeição clara
E frustrados, culpamos a pessoa amada.
Mas não existem perfeitos,
Então, porque buscá-los ?
Eis o erro, buscar o que não há.
Criar, que incrível mania de criar.
Desisti do perfeito por vida.
Quero alguém que erre, como eu
Que chore, como eu
Alguém que sinta medo, como eu
Alguém assim, como eu.
Corro dos corajosos,
Esses não conhecem o valor do medo.
Me afasto dos alegres,
Esses não conhecem a sabedoria da tristeza.
Resisto aos certos,
Esses nunca aprendem com os erros.
Evito os perfeitos, esses nunca mudam.
Pedro Macedo
by pedro macedo às 07:00 1 comentários
poesias Minhas Poesias
Toque do amor
"Ao toque do amor, qualquer um vira um poeta".
Platão
by pedro macedo às 06:59 0 comentários
domingo, 18 de novembro de 2007
O quase
Ainda pior que a convicção do não é a incerteza do talvez, é a desilusão de um quase.
É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.
Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou.
Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.
Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto.
A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados.
Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz.
A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai.
Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são.
Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza.
O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.
Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer.
Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance.
Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar.
Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.
Luis Fernando Verissimo
by pedro macedo às 11:02 1 comentários
quarta-feira, 14 de novembro de 2007
Ensaio sobre a solidão II
“A solidão mais profunda, se esconde atrás dos olhares distantes e dos sorrisos mais largos.”
Pedro Macedo
by pedro macedo às 18:43 1 comentários
poesias Minhas Poesias
Amor
"Amor: duas solidões protegendo-se uma à outra".
Rainer Maria Rilke
by pedro macedo às 18:42 0 comentários
Ensaios sobre a solidão I
“Mate um ser humano da forma mais brutal e cruel possível, simplesmente nunca encoste nele.”
Pedro Macedo
by pedro macedo às 18:37 0 comentários
poesias Minhas Poesias
Ver não é o bastante!
“Não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores. É preciso também não ter filosofia nenhuma”
Alberto Caeiro
by pedro macedo às 18:00 0 comentários
quinta-feira, 1 de novembro de 2007
VIII
É a mesma ruazinha sossegada,
Com as velhas rondas e as canções de outrora...
E os meus lindos pregões da madrugada
Passam cantando ruazinha em fora!
Mas parece que a luz está cansada...
E, não sei como, tudo tem, agora,
Essa tonalidade amarelada
Dos cartazes que o tempo descolora...
Sim, desses cartazes ante os quais
Nós às vezes paramos, indecisos...
Mas para quê?... Se não adianta mais!...
Pobres cartazes por aí afora
Que inda anunciam: - ALEGRIA - RISOS
Depois do circo já ter ido embora!...
Mario Quintana
by pedro macedo às 17:42 3 comentários
terça-feira, 30 de outubro de 2007
Começos
“Aos que desejam salvar o mundo, meu conselho é que comecem pelo que está a sua frente”
Pedro Macedo
by pedro macedo às 06:56 0 comentários
poesias Minhas Poesias
Somos capazes!
“Não há nada que assuste tanto um homem quanto ser capaz de descobrir a enormidade do que ele pode fazer e se tornar”.
Soren Kierkegar
by pedro macedo às 06:54 1 comentários
O silêncio
"O silêncio de um homem é maravilhoso de se ouvir."
Thomas Hardy
by pedro macedo às 06:48 0 comentários
O Criador
O criador - seja ele um romancista, um cineasta, um pintor, um poeta - não cria coisa alguma. E num mundo onde todas as coisas já existiam, o verdadeiro criador se limita apenas a mostrar tudo aquilo que os outros olhavam sem ver.
Mário Quintana.
by pedro macedo às 06:43 0 comentários
terça-feira, 16 de outubro de 2007
Mistake
"Everyone thinks of changing the world, but no one thinks of changing himself."
Leo Tolstoy
Russian mystic & novelist (1828 - 1910)
by pedro macedo às 07:48 1 comentários
domingo, 14 de outubro de 2007
Ódio pela fotografia
Dedicado à Alexandre Gustavo.
Por esse momento, odeio fotografia.
Mas apenas nesse único momento.
Não quero um ódio eterno, magoado,
Porém, preciso sentir isso, sincero e frustrado.
Pois, como alguém pode ter tanta presunção,
E achar que como Deus, em uma única ação,
Pode tomar o momento, o instante,
Em papel brilhante, e chamar de recordação.
O momento tem cheiro, tem sabor e tem sentido.
Não dá para se colocar em um vidro e se julgar suprido.
O instante é ideal, porquê é sincero e sem ensaios,
Mesmo o melhor dos artistas, teria dificuldade em retratá-lo.
Discordo da tentativa do fotógrafo,
Tentar plastificar o instante,
Mesmo com brilho, luz e contraste,
Seria a negação do cheiro, do som e da verdade.
Gosto do odor, valorizo o som, amo o sabor,
Sinto no tato e provo no olhar,
Que somente o poeta tem razão,
Até mesmo o escrever é vão.
Melhor é viver de coração,
Se entregar ao momento,
Abraçar os sentidos,
E se lançar nos seios da vida,
Se alimentando de saudade e de gratidão.
Pedro Macedo
by pedro macedo às 13:33 0 comentários
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sábado, 6 de outubro de 2007
Saber x Sabedoria
"Na busca dos saberes, cada dia alguma coisa é acrescentada. Na busca da sabedoria, cada dia alguma coisa é abandonada"
Tao-Te-Ching
by pedro macedo às 14:49 1 comentários
quinta-feira, 4 de outubro de 2007
Luz
"Se existe algo mais pungente que um corpo que agoniza por falta de pão é a alma que morre à mingua de luz."
Vitor Hugo - Les Miserables
by pedro macedo às 17:47 0 comentários
segunda-feira, 1 de outubro de 2007
quinta-feira, 27 de setembro de 2007
Eu
"De mim poderia ser qualquer um, mas acabei me tornando eu.
Não sei porque me transformei em alguém assim, tão parecido comigo, Mas sei que foi em mim que me tornei.
Quando penso que não sou igual a mim, logo sou pego no erro, reconhecendo que sou mesmo assim, eu.
Não me acho melhor do que outros de mim, porque na verdade eu, só exite um, e de mim também só eu.
Estou fazendo meu melhor, para que eu fique mais parecido comigo, para que de mim possa ser feito o melhor eu, que puder fazer comigo."
Pedro Macedo
by pedro macedo às 12:01 0 comentários
poesias Minhas Poesias
terça-feira, 25 de setembro de 2007
Você é o caos
Você atrasa o mundo, que gira devagar pra não perder o teu sorriso
Você é a inimiga do relógio que se perde no tempo com o brilho do teu olhar
Você frustra o sol, que nunca quer se esconder, pra nao deixar de te iluminar
Você causa inveja na lua que mingua, tentando de todas formas ofuscar tua luz
Você enlouquece o poeta, que fica atrapalhado sem saber usar as palavras.
A terra é tua passarela, o sol a tua luz, eu um bobo, à sombra da tua luz.
Pedro Macedo
by pedro macedo às 13:45 0 comentários
poesias Minhas Poesias
Conselho de amigo.
Na vida, prefira o instante ao desejo.
Na decisão, prefira a integridade ao sucesso.
Na comida, prefira a qualidade à quantidade.
Na poesia, prefira a lágrima à galhofa.
Na conversa, prefira a ferida à pieguice.
No sexo, prefira o chamego ao desempenho.
Na escrita, prefira a metáfora ao adjetivo.
Na corrida, prefira a distância à velocidade.
Na viagem, prefira o rosto à paisagem.
Na sala, prefira a discrição à gabolice.
Na igreja, prefira o silêncio ao barulho.
Na fé, prefira a dúvida à certeza.
Na prece, prefira a intimidade à imploração.
Soli Deo Gloria.
Ricardo Gondim
by pedro macedo às 13:42 0 comentários
segunda-feira, 24 de setembro de 2007
Caderno Novo
Preciso de um caderno novo
Vou usar essa mesma caneta
Velha na aparencia, mas ainda jovem
Mas um caderno de folhas brancas,
Esse tem que ser novo.
O velho mofou.
Tentei limpar o velho caderno
E continuar o enredo que estava escrevendo
Mas o mofo não me deixou .
Preciso de um caderno novo
A necessidade de parar e começar de novo me toma
O desejo por uma pagina nova e branca me atormenta
E a vontade de usar a velha caneta me possui.
Tudo mentira, a verdade é só uma,
Não aguento mais as paginas escritas.
Só por isso é que quero um caderno novo.
Pedro Macedo
by pedro macedo às 18:11 0 comentários
poesias Minhas Poesias
Ontem
Quis ontem
Deixar o atrás para trás
Mas continuo tentando ainda hoje.
O atrás não se desfaz no vento simplesmente
O atrás prende suas garras nas paredes do coração.
Principalmente um atrás como o meu, cheio do bom.
Queria o amanhã hoje, um amanhã sem lembranças;
Um amanhã novo, sem a pertubação do ontem.
Mas o amanhã que hoje desejo, não combina com o ontem.
Preciso resolver meu ontem, para ter amanhãs melhores.
Se conseguir esperar amanhãs melhores, vou enfim estar vivendo o presente.
Pedro Macedo
by pedro macedo às 18:06 0 comentários
poesias Minhas Poesias
Ser Poeta
Inauguro esse blog com uma das minhas poesias preferidas, que descreve a arte dos que brincam com as palavras. Uma poesia de um dos maiores nomes da poesia lusitana, Florbela Spanca
Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!
É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!
É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e cetim…
É condensar o mundo num só grito!
E é amar-te, assim, perdidamente…
É seres alma e sangue e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!
Florbela Spanca
by pedro macedo às 18:00 1 comentários